segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Tiro-Livre - Tapando o Sol com a Peneira




A censura e a leitura burra vão mantendo os olhos fechados.

Alguns casos isolados de reação extremada contra algumas obras de arte, apresentações de performance ou teatro vem acontecendo com frequência, mas foi a polêmica do Santander Cultura e da exposição "Queermuseu" que colocou essa tendência em pauta.

Dezenas de textos podem ser encontrados sobre o assunto, a questão que fica aqui é a indignação de termos pessoas que conseguem respaldo falando ignorâncias sobre temas dos quais eles não entendem e nem vislumbram um entendimento.

Essas reações contra a arte, são reações contra o debate, são novos muros sendo erguidos para manter tudo como está. O MBL é o grande ícone dessa tendência. É a soberba de se achar capaz de julgar tudo pelo ponto de vista estreito do conservadorismo moralista. 

O que essas pessoas não entendem é que a verdade deles não é a verdade de todos. 
Eles carregam uma ideologia rasa, dura e pragmática, que vê o mundo de forma operacional, empresarial. Esquecem os planos afetivos, subjetivos, esquecem o humano.

Ainda bem que arte é resistência.

Enquanto querem tampar, nós devemos continuar a erguer e rasgar  os tapetes.

domingo, 17 de setembro de 2017

Espaços ocultos


Cantos, frestas, espaços ocultos, todos os vãos possíveis para que ocupemos.
Enquanto a pressão pelo reto pragmático continua a se fortalecer, é nos espaços ocultos, esquecidos e não conhecidos que poderemos manter as ideias borbulhando.



sábado, 9 de setembro de 2017

Camiño di Rato "Degustação da Toka" (prólogo #9)

Acaba de ser disponibilizada a nova edição da revista Camiño di Rato!
"Degustação na Toka" é uma edição prólogo com material inédito lançada pelo Selo Reverso de publicações independentes.
Espaço de investigação e experimentação, a liberdade de achar novos e bons camiños é a tônica!



Lançada em versão digital e contém colaboração de 14 autores, entre HQs e ilustrações.

A Camiño di Rato é uma publicação independente que teve sua primeira edição lançada em 2008. 
De caráter experimental, a revista sempre flertou com os quadrinhos poético-filosóficos, mas também publicou os mais diversos gêneros, sempre primando pela inventividade autoral e pelo interesse nos processos criativos.  

Nessa edição prólogo - lançada em 01 de setembro de 2017 - a degustação se inicia com o surrealismo mágico de Antônio Amaral, três tiros-livres de Guilherme Silveira, os HQForismos de Edgar Franco em parceria com vários convidados ilustres e a irreverência de "Aventuras de Luisa", de Matheus Moura, Gian Danton e Décio Ramirez, que será publicada nessa e nas próximas duas edições digitais.

Degustem  à vontade!

Link: https://issuu.com/seloreverso

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Tiro Livre - Telepatia

Daqueles que se não fosse um ato pretensioso eu chamaria de "Leminskianas"...
Claro que soa pretensioso e nem seria numa equiparação, mas na ideia de um tiro rápido e efêmeros, como os haikais do Leminski.
As vezes um pouco menos retrato contemplativo do que os haikais costumam ser, e um poco mais contemplações livres, como só ele sabia fazer.

Bom, se não são "Leminskianas", ao menos são rápidas e livres, fiquemos então imaginando os pensamentos.


Decidindo o próximo passo...





Hibisco Roxo

Desenho feito durante o debate sobre o livro "Hibisco Roxo", no clube de leitura Leia Mulheres.


NADA SUPERA


ABRINDO OS CAMINHOS

Nos abrimos..........
...............e aos poucos vamos encontrando
................................................................ nossos caminhos.




Desenhos do caderno de esboços. Observação inspirando a criação!

ASSOMBRO

"Assombro"
Lápis e nanquim s/ papel
 

Esboços no caderno




Exercício com Gullar

Exercícios de hachura, inspirados em imagem mental de Ferreira Gullar!


Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
(F. Gullar)